De acordo com Alexandre Zavaglia diretor da Legal Store, em um período em que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com o uso de seus dados – e com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) já em vigor – será crescente a busca por empresas que tenham cuidados com as informações de seus clientes. O desafio agora é como se adequar a LGPD ao passo que o departamento jurídico se transformou em um business partner que auxilia a empresa a colocar o produto no mercado.
Para Remi Yun, privacy & data protection manager na Accenture, a receita do bolo já existe, porém é necessário escolher entre o bolo gostoso e bonito ou o feio, ruim e duro. “De qualquer maneira o bolo vai sair” afirma questionando ainda o que é estar em conformidade com a LGPD? “O que é estar 100% adequado? O mercado não consegue explicar isso. Isso não existe, não tem isso de mitigação de risco. O ‘100%’ é como a organização definiu como prioridade”.
Ainda segundo a especialista, será uma longa jornada de aprendizado, na qual será necessário; estruturar o dia-dia da companhia; desenhar processos; entender como todo o processo funciona e ser rastreável e racional: “X mais Y é igual a Z e definir qual é a estratégia da empresa e alinhá-la desde C-levels até o chão de fábrica”, exemplifica.
Opinião semelhante à de Paulo Moura Interim chief technology officer no LGPD Now; a proteção dos dados e política de privacidade devem estar massificados dentro da empresa dá recepção até a liderança precisa saber sobre isso. Moura exemplifica que é necessárioa saber quantas máquinas ligadas estão ativas na rede da empresa – “já tivemos clientes que funcionários demitidos ainda tinham acesso às informações da empresa usando suas senhas que não tinham sido desligadas” – quem são os profissionais envolvidos no processo?
“É preciso fazer a lição de casa, pois só existe sistema se sabemos como a empresa funciona. A dificuldade atual das empresas em se adequar a LGPD é o resultado do risco assumido anos atrás, quando auditoria ou departamento de TI avisavam sobre segregação de função, sobres os cuidados que precisavam ser tomados. O risco aconteceu. E recomendações sempre existiram, como ISSO 27 000. São décadas de referências. A Lei está em vigor e o desespero custa caro”, afirma Remi.