O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) a conceitua como o “sistema pelo qual empresas são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle de demais partes interessadas”.
Atualmente, essas práticas, que são verdadeiras recomendações de conduta empresarial, otimizam o valor do negócio e melhoram a qualidade da gestão interna. Algumas tendências vêm sendo observadas neste sentido. Confira algumas delas a seguir.
Tendências em governança corporativa
As tendências em governança corporativa dizem respeito à gestão financeira e administrativa de uma empresa, bem como à conformidade legal e o relacionamento com os stakeholders.
1: Transparência dos conteúdos dos demonstrativos financeiros
Sabe-se que um dos pilares da governança corporativa é a transparência. Uma tendência recente é a aplicação desse princípio aos demonstrativos financeiros.
Atualmente, não basta às empresas seguirem os padrões internacionais estabelecidos pelos International Financial Reporting Standards (IFRS). O conteúdo predomina sobre a forma, e o gestor deve se guiar não somente por seguir as regras detalhadas, mas considerar os princípios que guiam a contabilização dos eventos, o correto registro das transações.
Algumas transações complexas, como operações financeiras híbridas, fusões e aquisições demandam o conhecimento desses princípios contábeis, que devem ser dominados pelo gestor.
2: Equidade no tratamento de stakeholders
Os interessados nos efeitos da governança corporativa devem ser tratados com equidade, sejam eles agentes internos ou externos ao negócio. Esse assunto está em foco na Comissão de Valores Imobiliários, que solicita o tratamento sem preferências entre todos os stakeholders, para maior clareza ao tratar as transações com partes relacionadas.
Essa clareza envolve divulgar as políticas que orientam transações em que haja controle societário ou econômico, bem como demonstrar que as operações são feitas em condições usuais de mercado.
3: Compliance
Compliance é se organizar formalmente, conforme as regras e os processos implementados, e trabalhar para cumpri-los. Essa é uma grande tendência da governança corporativa, e que contribui para agregar valor à empresa. Ela está intimamente conectada à transparência, que ganhou especial valor com a publicação da Lei Anti-Corrupção.
O compliance pode ser considerado um dos pilares da governança corporativa e vem ganhando um espaço importante nas empresas para tornar as operações mais rápidas, econômicas e seguras.
4: Criação e acompanhamento de índices
Uma tendência de governança corporativa apontada por Fabiana Molina, Head of Legal do Grupo DPSP, é a criação e acompanhamento de índices que objetivam diferenciar empresas com melhores práticas de governança corporativa. Isso é feito por meio da análise de desempenho das ações que compõem o IGC e o ITAG, em comparação ao IBOVESPA.
Para Fabiana, “verificou-se uma valorização das ações das empresas com melhores práticas de governança em relação às demais, o que nos leva a concluir que a adoção de boas práticas gera uma maior valorização de companhias abertas. Evidentemente, o conselho de administração independente e a transparência de informações são determinantes para a agregação de valor, pois trazem uma maior segurança aos investidores”.