Essa é uma questão delicada de acordo com o ex-procurador da Lava-Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima, pois existem situações em que não se pode utilizar informações e em outros é necessário legalizar determinada informação que chegou, como um acordo de colaboração que ainda não foi finalizado ou contas no exterior, “e o Ministério Público não pode usar essa informações”, explica.
No entanto Lima afirma que há passos a serem seguidos: “Se eu preciso pegar o Al Capone, eu posso prendê-lo por imposto de renda, extorsão, contrabando etc, mas tenho que conseguir uma condenação estável. Nesse aspecto das informações se exige perfeita análise da legalidade da prova para evitar nulidade da prova, e se ela for controvertida vamos trabalha-la melhor para evitar problemas”.
Para o managing partner da Alvarez e Marsal, Marcos Ganut, há o desafio em gerir essas informações e proteção de dados em como acessar essas informações. “Precisamos ter uma área de inteligência para administrar essas informações para proteger os dados a fim de prevenir a invasão por entidades externas” comenta Ganut afirmando que embora se perceba um aumento significativo da produtividade das ferramentas de investigações, empresas da América Latina ainda precisam melhorar.
Opinião semelhante à do líder da área de compliance & investigações e sócio da Koury Lopes Advogados; “não podemos demorar meses para coletar informações e outros meses para interpretar aquilo que é considerado relevante. Temos que ser rápidos. Precisamos de ferramentas de boa gestão e a inteligência artificial faz isso, analisando o que humanos não conseguem por questão de tempo”.