Implantar um sistema de informatização que permita o andamento de um processo judicial de ponta a ponta é um dos grandes desafios do Direito no País. Esta é uma das conclusões do painel “A Importância da Tecnologia para uma boa Gestão de Política de Acordos”, realizado no terceiro e último dia da Fenalaw 4.0 Xperience - Transformando o Setor Jurídico através do Digital, maior plataforma de conteúdo e de negócios do setor da América Latina. Participaram do debate, Alex Barreto, diretor Jurídico e regulatório do banQi, Elzeane Rocha, coordenadora de Contencioso Cível, Regulatório e Ambiental na Rumo, Paulo Sérgio Ferraz de Camargo, sócio Advogado da Ferraz de Camargo Advogados, e Yve Carpi de Souza, head do Jurídico Comercial, Energia e Contencioso da Raizen.
“A informatização dos acordos e dos processos judiciais como um todo estão evoluindo, mas ainda são necessárias as ações presenciais. O desafio a ser superado é como aplicar a tecnologia na execução de processos, do ponto de vista de como os dados serão geridos e analisados”, aponta Paulo Sérgio Ferraz de Camargo, abordando a questão no âmbito global da justiça no país.
Nas empresas, continua avançando. “Nosso objetivo é utilizar tecnologia em todo o contencioso. É, no entanto, um processo contínuo, pois o futuro vai se reinventando a cada momento. Queremos entregar eficiência em custo e boa performance nas atividades com inteligência jurídica e a tecnologia ajuda a reduzir os litígios, sempre com a preocupação de apresentar as regras de forma clara para os consumidores”, afirma Yve Carpi de Souza.
Alex Barreto cita um exemplo: “No banQi, criamos um projeto onde reservamos período na agenda para ouvir as reclamações dos clientes, entender qual é a dor dele e isso ajuda a melhorar a experiência do aplicativo, verificando se há algum risco com a proteção de dados do cliente, por exemplo”.
Direitos humanos e a tecnologia
Paula Lippi, professora e especialista em Compliance do IBMEC, e Marina Feferbaum, professora e coordenadora do Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação da FGV - Faculdade Getúlio Vargas, debateram “Direitos Humanos e Tecnologia”. Elas apresentaram o conceito de Human Rights by design, que abrange o processo de inclusão das normas nas fases de concepção, pesquisa, desenho, teste e manufatura de inovações tecnológicas, buscando a conformidade com os direitos humanos na produção e uso da tecnologia.
“A tecnologia não é neutra”, destaca Marina Feferbaum. “O ambiente online traz uma nova camada de existência que provoca problemas e desafios que antes não existiam. A internet é cada vez mais presente e nossos dados permanecem nas redes. É necessário discutir os danos que a utilização desses dados pode provocar”, destaca.
Paula completa: “Também é fundamental discutir como os dados são inseridos e organizados na internet. Quando se busca a palavra CEO no Google aparece geralmente um homem branco engravatado. O algoritmo pode reforçar e até amplificar preconceitos e olhares enviesados"
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