“A covid-19 acelerou todos os processos! Advogados vão ter aceleração de tecnologias para acelerar os trabalhos “tradicionais”. Mas temos que repensar a ideia (de automação). Nossos filhos já usam a rede e as audiências ficarão mais públicas com essas plataformas”, é o que afirma o advogado e presidente da SCL (Society For Computers and Law), na Inglaterra, Richard Susskind.
Ainda segundo o advogado inglês, o fechamento dos estabelecimentos privados e públicos que forçou o maior uso da internet tornou mais claro que ainda dependemos de melhorias: mais da metade da população mundial ainda não tem acesso à internet ao mesmo tempo em que “só 46% dos seres humanos tem acesso ao sistema judiciário. Acesso à justiça já é um problema tradicional”.
Assim, com a impossibilidade atual de reabertura de fóruns, limitando o acesso à justiça e causando o acúmulo de milhões de casos – que levaram tempo e demandam custos para alcançar uma solução – quais as soluções disponíveis para a resolução desses conflitos? Susskind aposta nas audioconferências por telefone ou videochamadas, via ferramentas Zoom ou Microsoft Teams, que se popularizaram rapidamente nos últimos meses.
“Pergunta-se se o julgamento vai ser justo com essa experiência?”, questiona explicando que devemos ter dados do que funcionou bem durante a pandemia da covid-19 e verificar o que pode ser usado como base. “Devemos pensar nos tribunais como a curto prazo, o desafio nesse período é prover nosso sistema na maneira em que ele está e trazer a disrupção do sistema”.
Susskind aponta ainda que tribunais remotos levantam dois questionamentos: custos e substituição profissional; “tribunais remotos terão investimento grande em tecnologia” e “o desafio nesse conceito é a inteligência artificial não substituindo juízes, mas fornecendo mais serviços e soluções. O conceito da justiça está na tecnologia e vamos ver essa tecnologia evoluindo por si só, estamos só no começo e o futuro, por exemplo, um lugar onde possamos ir para resolver nossas coisas será real. Teremos uma justiça mais sustentável, não tenho dúvidas”.
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